Brisa!?



A brisa de um sonho
Passou varrendo as folhas
Caídas do outono,
Levando-as ao alto
Num balé ritmado,
Contínuo e sem pressa.
De poucas cores, porém
De cores.

A brisa de um sonho
Tornou-se mais forte,
E, além de levar
As folhas,
Levou as estações,
A dança,
A calmaria,
As poucas cores.
A brisa...
Levou meu sonho.

Apenas uma carta



O amor é de tal forma
tão misterioso,
tão rápido e inesperado,
ou tão lento e previsível,
contraditório em sua totalidade,
que merece uma carta.

Não sabemos quando ele chega,
muito menos quando vai.
Quando chega
não queremos que parta,
E quando parte...


Comecemos a carta.

Não sei de onde vem
esse ser de nome pequeno,
tampouco como ele se vai.
Não sei como ele se manifesta,

sei que acontece.

Algum lugar, algum dia de algum mês, de algum ano.
O amor por ser tão misterioso,
dar-nos a entender
que tem várias faces,
várias fases.

Iníquo e belo amor,
venho por meio desta
ou daquela, não sei.
Talvez já te tenha escrito,
em pensamentos, é verdade.
Somente sei, porém, o nome do destinatário.
Para onde envio esses
pensamentos?
Talvez a pergunta certa
seja aquela sem resposta,
seja aquela respondida
pelo próprio eco.
O silêncio pode ser moldado,
mas é constrangedor, admito.
Por isso me calo.

Silenciosamente,

Alguém.

Um livro



O livro era feio,
ficava meio escondido,
no canto da prateleira.
Ninguém o pegava para ler.
Talvez por seu aspecto,
pelo pouco de pó que se acumulava
sobre a capa,
ou o que restava de uma capa.

Um dia sem querer,
ao tentar pegar outro livro,

mais belo,
o homem derruba os dois
e eles se abrem.
O que era feio
torna-se majestoso de repente
depois que os olhos
caíram junto com suas linhas
em um chão com mais pó ainda.
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